terça-feira, 12 de agosto de 2014

Papel da Igreja com Relação aos Santos


(Por Abe Huber) – Qual deve ser a nossa atitude em relação aos irmãos que se encontram feridos pelo pecado? Nossa reação deve ser de restauração. A igreja é apresentada na Bíblia como uma família. Somos irmãos em Cristo e filhos do mesmo Pai, se já tivermos entregado nossas vidas a Deus. Daí que, sendo família, temos responsabilidades uns para com os outros. Não podemos ser como Caim, para quem Deus perguntou: “Onde está Abel, teu irmão?” E ele respondeu: “Não sei: Acaso sou eu guardião do meu irmão?” (Gênesis 4.9).

O Senhor queria que ele soubesse, que se sentisse responsável, que tivesse prazer na companhia e no sucesso do outro diante de Deus. Mas não, ele respondeu com uma pergunta que era, ao mesmo tempo, uma atitude de afastamento, de descompromisso, de indiferença. A tal ponto que tinha matado o seu irmão e parecia não sentir nada com relação a isso.
A posição de Deus para ele era a seguinte: “Sim, você é guardião do seu irmão. Você é mais velho do que ele, e por isso mesmo deve velar pelo seu bem-estar, ajudá-lo nas suas lutas, alegrar-se com o sucesso dele, apoiá-lo para crescer”. A posição de Deus para nós, hoje, é a mesma: nós somos guardiões do nosso irmão em termos que orar por ele, discipulá-lo na verdade, conduzi-lo à maturidade cristã, ajudá-lo a crescer até à estatura de Cristo. Devemos estar preparados para quando Deus nos perguntar: “Onde está teu irmão?”
A igreja é comparada a um exército, guerreando contra o mal, debaixo do General J.C. (Jesus Cristo). Em outras situações, a própria Bíblia nos compara a um corpo. Dessa maneira, somos membros uns dos outros. O pé não pode dizer à mão: “eu não preciso de ti”. Precisamos um do outro a cada dia, independente do quanto gostemos ou não dessa interligação que há entre nós e nossos irmãos. O que você precisa entender é que somos singular, únicos, especiais e importantes para preenchermos alguma lacuna na vida de outra pessoa, e imprescindíveis para o crescimento do corpo de Cristo.
A igreja se compara também a uma escola, onde todos nós somos alunos. Estamos sentados aos pés do Espírito Santo, sempre crescendo e aprendendo mais. No entanto, gostaria de fazer uso aqui de uma analogia entre a igreja e um hospital. Neste, o povo de Deus deve servir sempre como agentes de saúde em um pronto-socorro, de plantão vinte e quatro horas por dia, para restaurar as pessoas feridas na vida.
Existem muitas pessoas sangrando, cujas vidas foram despedaçadas em muitas áreas de seu viver. Por isso nós, como povo de Deus, devemos servir como agentes de um verdadeiro hospital. Quando a pessoa se sente derrotada, fraca, cabisbaixa, pecadora e frustrada na vida, ela fala que não vai à igreja porque se considera um errante pelos caminhos da vida. Eu gosto de dizer que a igreja é um lugar para você que se enquadra nessas situações.
A igreja é um hospital que pode trazer a cura para todos os doentes (tanto espiritualmente, como até mesmo dos enfermos no corpo físico). Pobre é o homem que pensa não precisar de alguma cura, restauração e transformação em sua vida, por menor que seja. Todos nós precisamos de ajuda, de cura, restauração. Felizes são o homem e a mulher que reconhecem que precisam de mais cura, que dependem do tratamento de Deus, desse santo hospital que se chama a igreja do Senhor Jesus.
A igreja não é um hospital somente para as pessoas de fora, mas também para os que fazem parte dela, ou seja, aqueles que estão dentro. Muitas vezes nossas igrejas estão cheias de pessoas que precisam de cura. São soldados valentes que trabalharam muito para Jesus, mas que, de repente, pisaram na bola, levaram uma rasteira do inimigo e estão precisando de um ombro amigo, do hospital para tratamento e cura.
Nós temos que ser essa igreja-hospital, apta para promover cura e restauração para os soldados feridos. Nossa fé autêntica deve estimular, procurar e celebrar a restauração de quem se desviou da verdade do Senhor. Seja um desvio no sentido de incorrer em erros de fé e de ensino, seja no sentido moral, de caminhada, de caráter.

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