Não retribuam mal com mal nem insulto com insulto; pelo contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem bênção por herança. I Pe 3.9
Quando Pedro escreve estes versículos, muito provavelmente se lembrava do Sermão do Monte onde Jesus dizia para que amassem seus inimigos e orassem pelos que os perseguissem. Isto Jesus estava dizendo a 2 mil anos atrás, em um contexto onde os seus apóstolos seriam perseguidos e proibidos de expor aquilo que criam, antes seriam torturados e mortos por isto.
A palavra bendigam vem da palavra grega ευλογία (eulogia) de onde vem nossa palavra portuguesa para elogio. Mas pode significar também, principalmente no sentido deste texto, de invocar a benção de Deus sobre as pessoas.
Hoje em nosso país vivemos um contexto muito diferente do que Pedro vivia. Hoje temos 42 milhões de “evangélicos” e mais milhares de católicos praticantes e não-praticantes. Ou seja, vivemos em um país cristão por maioria, por valores, por costumes.
Contudo, o fato de ser considerado um país cristão com uma parcela significativa e influente evangélica, isso não significa que seja um país bíblico.
Tanto Jesus no sermão do monte, quanto Pedro em sua primeira carta, estavam falando das características dos verdadeiros cristãos e como deveriam agir quando perseguidos, confrontados, caluniados.
Hoje temos uma luta travada muito grande entre o movimento homossexual e o movimento cristão. Esta luta é uma luta que deve acontecer no campo das ideias, no campo do debate, no campo da democracia. Esta é uma luta digna, pois ambas as partes querem defender seus valores, seus ideais.
Contudo tenho visto uma outra luta sendo travada. Uma luta de radicais religiosos contra radicais militantes do movimento LGBT. Esta luta não tem nada de digna. É uma luta suja, onde há difamação, mentiras, brigas, incitação ao ódio mútuo.
Sinceramente, como cristão, quando vejo alguns militantes do movimento LGBT, tenho raiva. Não gosto do que vejo, e o Daniel, fica irado com isto. Pois acho injusto. Da mesma maneira, quando vejo os religiosos toscos, que manipulam a bíblia e incitam o ódio, também tenho raiva, e me dá vontade de dar uma “surra de bíblia neles” (risos). Mas quando volto a mim, me entristeço.
Ultimamente muitos cristãos estão compartilhando um vídeo de um casal homossexual que abusava de uma criança e o agredia. Ao passo que, do outro lado, os defensores do movimento LGBT atacam os cristãos de forma desrespeitosa, assim como se vêem desrespeitados.
Qual deve ser a atitude dos cristãos em meio a tudo isto? Incitar o ódio? Dizer que vão para o inferno? Apontar o dedo?
Não!! Devemos bendizer. Abençoar. Amar. Respeitar.
Eu discordo completamente da prática homossexual, mas isso não me impede de amar o homossexual. Discordo de sua prática, mas amo-o.
Pense no seguinte ponto: um viciado em crack. Eu discordo completamente daquilo que ele está fazendo com ele mesmo e às vezes até com a sociedade ao seu redor. Mas o que farei com ele? Apontarei o dedo? Condenarei ao inferno de fogo? Ou o amarei, e continuarei amando, mesmo que ele não queira deixar de usar crack? Caso não queira, posso não andar junto dele, mas estarei a disposição caso um dia ele queira sair deste caminho. Quando falamos de movimento, este sim deve ser combatido. Se houver qualquer movimento que busque a legalização da droga, deve ser combatido. Mas o drogado, deve ser amado.
A comparação é em uma área completamente distinta, mas no tema de discordância, é a mesma coisa. Que sua boca seja para abençoar, para amar, e não para incitar ódio, difamação, propagar o mal. Antes, seja um agente de paz. Seja um imitador de Cristo. Viva o cristianismo em sua essência. Que Deus nos ajude.
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